2011-01-23

Outsiders no The Groove Music Hall

Neste mês de janeiro a Outsiders completou um ano de existência. Foi um ano de muito trabalho e objetivos alcançados, em que a banda conseguiu estruturar um vasto repertório de covers, realizar a média de um show por mês desde que iniciou as atividades nos palcos, o que não é algo muito simples em uma cidade onde o som pesado não estava no seu melhor momento, acrescentando novidades no repertório em cada nova apresentação de forma que até hoje não foi realizado nenhum show em que o repertório fosse exatamente igual aos anteriores.
2010 foi o ano que foi possível concluir outro grande objetivo: movimentar a cena bajeense, objetivo que foi alcançado principalmente com a produção do South Festival, festival de bandas organizado pela Outsiders que contou com diversas bandas da cidade e uma banda de Santa Maria, e, de quebra, ainda em 2010, foi apresentada a primeira música autoral da banda que pode ser conferida por aqueles que estiveram presentes nos dois últimos shows da banda na cidade de Bagé em 2010.
2011 iniciou com a primeira oportunidade de mostrar trabalho fora de Bagé, e o local escolhido foi o The Groove Music Hall, na cidade de Santa Maria.
Santa Maria é conhecida pela sua grande variedade de músicos e bandas, fator impulsionado pelo procurado curso de música oferecido pela UFSM e pela tradição de bandas que a cidade tem desde o final dos anos 80 e 90 que ficaram marcados , principalmente, pelas bandas que formavam o chamado "Elo Um", que foi a época de ouro do rock em Santa Maria, onde as mesmas chegavam a competir com famosas bandas da capital gaúcha como Engenheiros do Hawaii, Cascaveletes e etc.
A noite contou também com o show da Wild Side, banda da casa que também marcou presença no South Festival em Bagé.
Pra quem não conhece, o The Groove Music Hall é um bar que já existe há um certo tempo na cidade, mas foi recentemente, com a troca de direção que o foco passou a ser os shows de rock 'n' roll e seus derivados. O ambiente é agradabilíssimo, com decoração de guitarras e pôsteres na parede que preparam muito bem o clima pra quem está procurando por uma noite de música boa.
Foi por volta de meia noite que as portas do The Groove se abriram e de cara o pessoal já começou a chegar. Em pouco tempo o ambiente já estava bastante movimentado.
Por volta de 1 hora a Wild Side sobe ao palco, tocando um repertório focado no Hard Rock, com covers de bandas como Led Zeppelin, AC/DC, Skid Row e demais clássicos, fazendo um ótimo show e deixando o público bastante satisfeito. Após, a Outsiders sobe ao palco, descarregando o riff matador de "Am I Evil?" e mostrando de cara o motivo pelo qual veio: não deixar ninguém parado, e, pelo menos na primeira meia hora de show a banda não deu chances pra ninguém ficar parado MESMO, mandando ver um medley formado só por clássicos.
Após Am I Evil? vem Seek and Destroy. Não tem quem não se emocione com essa música, foi só a galera reconhecer o riff que todo mundo vai a loucura e segue batendo cabeça freneticamente. O coro do pessoal de Santa Maria cantando "Searchiiiing, Seek and Destroy" é algo inesquecível. O mesmo acontece durante a execução de Skin O'My Teeh e Symphony of Destruction, não houve chance pra ninguém ficar parado, a temperatura do local que estava elevada no começo da noite ficou ainda mais neste momento, e a tendência era que as coisas ficassem ainda mais quentes.
É sem muita conversa que o show segue com Children of the Grave, mais um clássico absoluto do heavy metal e é claro que ainda estava faltando Pantera. Mouth For War foi outro momento alto da noite, que vinha num crescendo constante até então, seguida pelo instrumental Losfer Words e a inusitada versão para Phantom of the Opera, ambas do Iron Maiden. Com a Phantom of the Opera inicia mais um medley, com For Whom The Bell Tolls, outro grande momento da noite. É incrível a energia dessa música e a reação que ela causa no público, a emoção é recíproca tanto pra quem está tocando quanto pra quem está na frente do palco batendo cabeça, e, após, Cowboys From Hell.
Até agora mal foi possível respirar, então que tal uma música menos conhecida pra baixar um pouco a poeira? Foi isso o que pensei antes de seguirmos o show com Losing Your Mind do Pride & Glory, mas que nada, muitos dos que estavam presentes não apenas conheciam a música como a cantaram do começo ao fim.
Após isso, um brevíssimo intervalo para a troca de instrumentos e o segundo bloco segue com Sabbra Cadabra/A National Acrobat do Black Sabbath na versão do Metallica, Fire It Up do Black Label Society, e pela reação do público, parece que só o que estava faltando mesmo era um som do Black Label para a noite ficar completa, mas ainda havia muito mais som pra ser tocado. Where You Come From colocou todo mundo pra bater cabeça e os ânimos se acalmam um pouco com a execução da power ballad A Tout Le Monde para após, encerrar o show com o som próprio da banda: Lies, que inclusive provocou pela primeira vez na noite um mosh pit na pista.
Se fosse possível resumir a noite em uma palavra, não poderia usar outra senão "Incrível". A reação do público foi das melhores e a recepção excelente. Santa Maria é uma cidade que está sempre de braços abertos para diferentes tipos de música e o pessoal adepto ao som pesado incentiva os shows que rolam na cidade. Isso sem falar que janeiro é considerado "baixa temporada" na cidade devido ao período de férias das universidades que são o motor que faz as coisas acontecerem por lá.
Agora fica o desejo por parte da Outsiders de retornar mais vezes à Santa Maria e que noites inspiradoras como esta possam se repetir mais vezes.

Para conferir mais fotos deste show, acesse:
http://www.flickr.com/photos/outsiders_gallery


Créditos:
Texto: Luiz Mário Moraes.
Fotos: Antoniel Martins Lopes.